Feedback
Nunca imaginei que o post abaixo fosse dar tanto feedback. Emails, telefonemas...
Brigado, gente. Mas fiquem tranquilos que, na medida do possível, eu estou bem e operante.
Pra provar isso, lá vai um post contando minhas agruras de trabalho.
Segunda-Feira
Hoje de manhã eu cheguei no trabalho e descobri que, durante o final de semana, entraram ladrões no prédio e reviraram armários e gavetas. Estranhamente os ladrões não levaram NADA, nenhum computador, nenhum material de escritório. Apenas R$ 2,50 que estavam perdidos numa gaveta. Nota mental: fazer um seguro do meu notebook o mais rápido possível.
Aí hoje de tarde eu tentava trabalhar quando um colega de trabalho, cujo pseudônimo será "Rudy", ficava me pentelhando pra gente resolver o que ia fazer com um dos nossos projetos.
Rudy é, digamos, rude. Rudy fez mestrado em Ciência da Computação, no exterior. Aí o computador dele dá pau e ele, gentil como um brontossauro, estala os dedos perto da minha cabeça e fala:
- Aqui, meu micro tá dando pau. Olha.
Expressões como "Por favor" e "obrigado", aparentemente, foram substituídas no cérebro dele por "vou pegar mulé" e "vou pegar mulé" (sim, duas vezes mesmo. Acho que uma delas é por backup).
Como eu sou um cara trouxa frouxo bonzinho, eu me encho de boa-vontade cristã e o ajudo o quanto posso. Mas hoje tava complicado.
A gente tentava discutir o projeto e ele não concordava com nada do que eu dizia.
- Mas isso tá errado! - Dizia ele
- Claro que tá errado, isso já nasceu errado. O que eu estou propondo é uma forma de amenizar o dano que isso pode causar no projeto.
- Mas por que a gente não arruma isso?
- Por que os chefões não querem que a gente se envolva nesse projeto. Por sinal, já era pra gente ter terminado esse projeto.
- Mas isso tá errado!
Enquanto ficávamos nesse loop infinito, começou a chover horrores, e ventava como se tivessem acabado de crucificar Jesus e Deus estivesse danado da vida. Meu notebook estava perto da janela, mas como ela estava fechada, eu reclinei na cadeira e relaxei. Até que olhei para cima, na parte alta da janela.
Havia um buraco no vidro, uma parte dele estava quebrada e fazia um buraco do tamanho de uma bola de vôlei. E a água voava para dentro. E meu notebook estava a um metro daquilo.
Deixei Rudy falando sozinho enquanto corri pra proteger meu notebook, já meio "respingado". No chão, havia o estabilizador, onde ele estava ligado, e a água do buraco caía exatamente em cima dele. Comecei a desconectar os fios e tirar tudo da tomada, já esperando os choques (que felizmente não ocorreram).
Instantes depois, com a situação já sob controle, eu enxugava meu notebook com papel-toalha quando Rudy passa e estala os dedos:
- Vamos continuar.
P.s.: Corre o boato que hoje sai o resultado da temida banca examinadora. Corre também o boato complementar que diz que as pessoas que não foram aprovadas na banca recebem um telefonema e são convocadas a irem, em pessoa, ao nosso escritório-sede, ao invés de serem notificadas por email.
Um dos meus colegas recebeu este telefonema. Neste exato momento ele deve estar lá no escritório, recebendo a sua realocação de volta para o mercado. Este é o jeito "consultor" de dizer que ele está sendo demitido.