As Férias do Primo, Parte 2: A Baía da Traição
Não, o título não é frase de efeito. O lugar pra onde a gente foi REALMENTE se chama “Baía da Traição”.
Segundo a Wikipedia, o nome do lugar é por conta de um episódio ocorrido em 1625, quando uma esquada holandesa atracou na baía e foi amistosamente recebida pelos índios Potiguaras… que logo em seguida foram massacrados pelos holandeses. Mas a história que nos contaram na cidade é que foram os índios que traíram os holandeses.
Bem, de qualquer forma nossa preocupação não eram os banhos de sangue, e sim o banho de mar. E que mar!
O mar é sossegado e tem um belo esverdeado claro, e a praia é muito, muito tranquila. Esqueça os farofeiros e os vendedores de quinquilharia e guloseimas: você vê no máximo um ou outro quiosque espalhado pela orla e pouca gente. Pra nós, que queríamos sossego, era um prato cheio.
Se você sair da praia e atravessar as casas e pousadas na beirada da areia, encontra a cidade. Bem, na verdade encontra umas casas em volta de uma avenida que percorre a Baía de ponta a ponta.
O clima é de cidadezinha do interior, com as famílias sentadas nas varandas das casas pra “ver o movimento” – que era praticamente inexistente após as 8 da noite. Eu e Bethania saíamos pra jantar e todo mundo olhava pra gente como se fôssemos alienígenas andando na rua àquela hora.
Nestas caminhadas conhecemos o mercadinho central (saca o slogan)…
…depois vimos o “complexo administrativo” da cidade, com a prefeitura e suas várias secretarias municipais. Na foto abaixo, a secretaria de turismo e a delegacia, com toda a sua frota de viaturas estacionada na porta :)
Outra coisa que tem bastante na Baía são lan houses. Aparentemente a molecada adora ficar no Orkut e no MSN, já que contei umas quatro ou cinco só na avenida principal. Uma delas tinha os cartazes abaixo, feitos por um designer que domina a técnica do Word Art.
Eu demorei pra entender o que ele queria dizer com “Célula MP3”. Já o “carbo USB” e o “blutoof” foi mais fácil de entender.
Além da internet, outra coisa que parecia estar na moda na Baía da Traição era o carro com portamala aberto e som alto. O pior é que parecia que apenas UMA MÚSICA estava na moda, então os carros tocavam TODOS A MESMA COISA. E essa “mesma coisa” era um CD mixado por um tal DJ Marcílio que continha:
- Uma música chamada “Mão na cabeça”, consistindo basicamente da frase “mão na cabeça” repetindo até cansar.
- Outras músicas IDÊNTICAS ao “Mão na cabeça” mas com apenas uma mudança na frase que repete até cansar. Algumas vezes era “boquete, boquete” e por aí vai.
Era surreal ver a família toda reunida na porta de casa, com a vovó na cadeira de balanço e tudo, e logo ao lado o carro estacionado, portamalas aberto, berrando no último volume: “É O BOQUEEETE BOQUEEETE BOQUEEETE BOQUEEETE”…
Mas o melhor da cidade era a nossa pousada. Ela era tão boa que ganhou um post só pra ela, aí embaixo…